segunda-feira, 21 de abril de 2008

Edulcorantes (Adoçantes dietéticos)



As indústrias alimenticias têm investido em um mercado promissor: o dos adoçantes. Nesse ano (2008), deve chegar ao mercado americano o Cweet, também extraído de um planta e com capacidade adoçante mil vezes mais poderosa do que a sacarose (açúcar comum).
Os edulcorantes (ou adoçantes dietéticos) são substâncias capazes de substituir o açúcar de mesa, ou seja, adoçar determinado alimento sem provocar no organismo efeitos indesejáveis como obesidade, cárie dental e elevação da taxa de glicose no sangue daqueles que são diabéticos (glicemia).Os adoçantes se popularizaram nos Estados Unidos na década de 60. Aqui no Brasil, na década de 80 a legislação brasileira classificava os adoçantes como produtos fármacos e eram comercializados sob orientação médica. Inclusive, eram encarados pela pela população como exlusivo à diabéticos. Com o tempo, ainda no final da década de 80, com as mudanças na legislação, houve uma reformulação na classificação dos adoçantes e estes passaram a ser comercializados nas prateleiras dos supermercados, onde toda população tem acesso. Então o que antes era associado como produto de diabético passou a fazer parte da alimentação de vários tipos de pessoas.

Legislação


A Secretaria Nacional da Vigilância Sanitária editou quatro novas portarias que tratam da fabricação e comercialização de adoçantes. Com a nova legislação, passou a ser obrigatório constar na embalagem desses produtos, de modo legível, algumas informações básicas ao consumidor, tais como:

  • a designação genérica de "adoçante de mesa" para todos os produtos e "adoçante dietético" para os que não contém sacarose, frutose ou glicose;
  • a informação "contém edulcorante(s) natural(is) [ou artificial(is)]" seguida do nome do(s) edulcorante(s);
  • a adverténcia em negrito: "Diabéticos: contém ...g de ... (sacarose, glicose dextrose ou frutose)", quando o produto não for dietético;
  • a informação em destaque e em negrito "Fenilcetonúricos: contém fenilalanina" em produtos que contenham aspartame;
  • a declaração, por extenso, da classe e do nome genérico do(s) aditivo(s) intencional(is) ao produto; · o valor energético expresso em kcal (quilocalorias) das medidas (gotas, envelopes, etc.);
  • os adoçantes devem ser utilizados conforme orientação do fabricante, ou seja, na dose segura para a saúde. Deve-se observar também a quantidade consumida de refrigerantes, sucos e doces diet/light. O ideal é revezar o tipo de adoçante consumido.

Os adoçantes dietéticos podem ser divididos em dois grupos distintos: não nutritivos (sacarina, ciclamato, acessulfame-k, sucralose, esteviosídeo) - fornecem doçura acentuada, não contêm calorias e são utilizados em quantidades muitos pequenas; nutritivos (frutose, sorbitol, aspartame) - fornecem energia e textura aos alimentos, geralmente contêm valor calórico semelhante ao açúcar e são utilizados em quantidades maiores em relação aos não nutritivos. A classificação abaixo, relaciona as características dos adoçantes dietéticos, de acordo com a classificação que divide os edulcorantes em artificiais (produzidos sinteticamente) e naturais (encontrados na natureza).

Surpreendidos por uma nova pesquisa


Um estudo divulgado por uma universidade americana surpreendeu milhões de pessoas que consomem os adoçantes.

Para realizar o estudo, os cientistas acompanharam a alimentação de 17 ratos. Nove receberam iogurte adoçado com sacarina e oito com açúcar. Depois do iogurte, os animais receberam a dieta normal.


Após cinco semanas, os ratos que consumiram a sacarina ganharam 88 gramas, enquanto os que ingeriram glicose tiveram um aumento de peso de 72 gramas - uma diferença de mais de 20%.


Os ratos que tomaram o iogurte com a sacarina consumiram mais calorias e tiveram aumento de 5% na taxa de gordura do corpo, de acordo com o estudo.


"Os resultados claramente indicam que consumir alimentos adoçados com sacarina pode levar a um aumento de peso e da taxa de gordura maior do que o consumo de açúcares calóricos", diz o estudo.


Segundo Susan Swithers, uma das autoras da pesquisa, as experiências em laboratório indicam ainda que outros adoçantes artificiais como o aspartame e o acessulfame K, que oferecem o gosto doce, podem ter o mesmo efeito da sacarina.


Como era de se esperar, esse estudo gerou reações da indústria alimentícia. Um porta-voz da Fundação Britânica de Nutrição afirmou que os resultados são "interessantes", mas não provam que os adoçantes podem ser prejudiciais nas dietas dos humanos. Para a organização, o tema requer mais pesquisas.


Para a médica Elizabeth Ayoub, especialista em alimentação funcional, alguns adoçantes, em especial o aspartame, podem trazer uma série de efeitos colaterais se consumidos em excesso. Ela frisa que, se consumido com moderação, o aspartame é seguro. Mas, em algumas pessoas, pode provocar alergias e hipotireoidismo, enfraquecer o sistema imunológico e afetar a memória e a concentração.


“Gestantes não devem consumir aspartame de forma alguma, já que a substância pode atrapalhar o desenvolvimento cognitivo dos bebês - alerta Elizabeth. A médica também explica que o aspartame nunca pode ser aquecido acima dos 30 graus, pois, a partir dessa temperatura, se converte em ácido fórmico, mesma susbtância usada para matar formigas e tóxica ao nosso organismo.” Diz ela


A nutricionista Patrícia Davidson Haiat, especialista em nutrição funcional pelo Insitituto de Medicina Funcional dos Estados Unidos, relata:


“Em excesso, os adoçantes agem como substâncias tóxicas no corpo. Além disso, os produtos adoçados artificialmente contêm conservantes, corantes e outros aditivos que geram alergias alimentares e até obesidade, pois quem está com o organismo sobrecarregado de toxinas tem mais facilidade para acumular gordura. Pesquisas também mostram que os adoçantes atrapalham o corpo a identificar a sensação de saciedade, ou seja, a pessoa, mesmo de dieta, acaba comendo mais.”


Conhecendo as propriedades dos adoçantes dietéticos, é possível ter mais facilidade em escolher o que apresenta mais vantagens. No entanto, temos que ter em mente que o mais importante é a utilização consciente do produto, não como um agente isolado em busca de um resultado milagroso e sim, como integrante de uma alimentação balanceada que contribua para a saúde.


O que se pode concluir previamente com respeito ao uso dos adoçantes é que ainda tem muito que se pesquisar e descobrir sobre possíveis efeitos respectivos mecanismos dos adoçantes artificiais no organismo. O certo, é que o seu consumo deve ser mdoerado, portanto devemos evitar o maximo ingerir alimentos diets como por exemplo refrigerantes e balas.


Banner apresentado em uma exposição no Hall da Unisulma, contendo as principais características dos edulcorantes. (Feito por Eu)



Frutose

  • É um adoçante natural e encontrado nas frutas e no mel;
  • Contém 4 kcal por grama;
  • Causa cáries;
  • Inicialmente seu metabolismo não depende da insulina. Estudos recentes comprovam que a frutose, quando ingerida junto das refeições não altera a glicemia;
  • Poder adoçante é 170 vezes maior que o açúcar;
  • Seu alto poder adoçante torna a frutose um adoçante pouco calórico, uma vez que são necessárias dosagens pequenas para atingirmos um sabor adocicado;
  • Quando submetida ao calor a frutose derrete, porém mantém o seu sabor;
  • Sabor é semelhante ao açúcar;
  • Apresentação em pó;
  • Uso industrial: gelatinas, pudins, geléias;
  • Consumo máx/dia: Não há limite.

Observações:
Estudos recentes mostram que a frutose ingerida juntamente com as refeições não altera a glicemia. Pode ser consumida com moderação por diabéticos. O consumo excessivo pode causar aumento de triglicérides.


Xylitol, Sorbitol e Manitol
São álcoois de açúcar obtidos pela redução da glicose (sorbitol) e frutose (manitol).

Xylitol

  • É obtido pela hidrogenação da xilose;
  • Contêm 4 kcal por grama;
  • Não causam cáries e por isso são largamento utilizados na produção de goma de mascar;
  • São utilizados por indústrias na elaboração de produtos dietéticos.

Sorbitol

  • Origem natural;
  • Encontrado em frutas e algas marinhas;
  • Poder adoçante: metade do poder do açúcar (0,5 a 0,7);
  • Valor Calórico: 4 kilocal/g;
  • Sabor levemente refrescante;
  • Favorece a formação de cáries;
  • Estável em altas temperaturas;
  • Apresentação: líquido, sempre associado a outros edulcorantes;
  • Uso industrial: bebidas, biscoitos, gomas de mascar, balas, chocolates.

Observações:
Doses acima de 10-70 mg produzem efeito diurético e laxante. Podem ser consumidos por diabéticos.

Manitol

  • Origem natural.
  • Encontrado em frutas e algas marinhas;
  • Poder adoçante: metade do poder do açúcar (0,45);
  • Valor Calórico: 2,4 kilocal/g;
  • Sabor levemente refrescante;
  • Não favorece a formação de cáries;
  • Estável em altas temperaturas;
  • Apresentação: somente para uso industrial, geralmente associado ao sorbitol;
  • Uso industrial: bebidas, biscoitos, gomas de mascar, balas, chocolates;
  • Consumo máx/dia: 50 a 150 mg/kg de peso.

Observações:
Consumo em excesso tem efeito laxante.

Adoçantes Não Calóricos

Acessulfame-K

  • Origem artificial;
  • Descoberto em 1967 e aprovado pela FDA em 1988;
  • É um sal de potássio;
  • Poder adoçante: 180 - 200 vezes maior que o açúcar;
  • Não fornece calorias;
  • Doçura de rápida percepção, sem sabor residual;
  • Não favorece a formação de cáries;
  • Estável em altas temperaturas;
  • Apresentação: em pó ou líquido, geralmente associado a outros edulcorantes;
  • Uso industrial: bebidas, chocolates, geléias, produtos lácteos, gomas de mascar panificação;
  • Consumo máx/dia: 9,0 mg/Kg de peso;

Observações:
Não é metabolizado pelo organismo, sendo eliminado tal como foi absorvido. Pessoas com restrição severa de potássio devem observar a quantidade consumida de acessulfame-k.


Aspartame

  • Origem artificial;
  • Descoberto em 1965;
  • Produzido a partir dos aminoácidos fenilalanina e ácido aspártico;
  • Poder adoçante: 180 - 220 vezes maior que o açúcar;
  • Valor Calórico: 4 kilocal/g;
  • Sabor semelhante ao açúcar;
  • Não favorece a formação de cáries;
  • Instável em altas temperaturas;
  • Deve ser acrescido às preparações depois de retiradas do fogo;
  • Apresentação: em pó branco ou líquido branco, associado ou não a outros edulcorantes;
  • Uso industrial: Bebidas, sorvetes, produtos lácteos, biscoitos, pudins, gelatinas, balas;
  • Consumo máx/dia: 40 mg/kg de peso;

Observações:
Não é indicado para portadores de fenilcetonúria (incapacidade do organismo de metabolizar a fenilalanina), geralmente diagnóstica ao nascimento. Por prevenção, recomenda-se que a gestante evite o consumo de aspartame ou consuma-o em pequenas doses.

Ciclamato

  • Origem articifial;
  • Descoberto em 1940;
  • Produzido a partir de um derivado do petróleo;
  • Poder adoçante: 30 - 50 vezes maior que o açúcar;
  • Não fornece calorias;
  • Sabor residual amargo;
  • Não favorece a formação de cáries;
  • Estável em altas temperaturas;
  • Apresentação: Em pó ou líquido, sempre associado à sacarina ou outros edulcorantes;
  • Uso industrial: bebidas, produtos lácteos, pudins, gelatinas;
  • Consumo máx/dia: 11 mg/kg de peso;

Observações:
É um dos mais baratos no mercado. Pessoas com hipertensão e insuficiência renal devem observar o consumo, devido ao sódio na composição.

Sacarina

  • Origem Artificial;
  • Descoberto em 1870 e utilizado desde 1900;
  • Produzido a partir de um derivado do petróleo;
  • Poder adoçante: 200 - 700 vezes maior que o açúcar;
  • Não fornece calorias;
  • Sabor residual amargo metálico;
  • Não favorece a formação de cáries;
  • Estável em altas temperaturas;
  • Apresentação: em pó ou líquido, sempre associado ao ciclamato ou outros edulcorantes;
  • Uso industrial: bebidas, produtos lácteos, pudins, gelatinas;
  • Consumo máx/dia: 5,0 mg/kg;

Observações:
Pessoas com hipertensão e insuficiência renal devem observar o consumo, devido ao sódio na composição.

Stévia

  • Origem natural;
  • Extraído da Stevia rebaudiana, planta originária da fronteira do Brasil e Paraguai; Em 1887, já havia relatos de seu uso pelos nativos, mas foi industrializado a partir de 1970, no Japão;
  • Poder adoçante: 300 vezes maior que o açúcar;
  • Não fornece calorias;
  • Leve sabor residual;
  • Não favorece a formação de cáries;
  • Estável em altas temperaturas;
  • Apresentação: em pó ou líquido, geralmente associado a outros edulcorantes;
  • Uso industrial: achocolatados;
  • Consumo máx/dia: 5,5 mg/kg.

Observações:
Em 1995, o FDA liberou a importação da stévia como suplemento alimentar.


Sucralose

  • Origem articifial;
  • Resultado da troca de 3 átomos de cloro por 3 grupos de hidrogênio-oxigênio namolécula de sacarose;
  • Desenvolvida em 1976 e aprovada pelo FDA em 1998;
  • Poder adoçante: 600 vezes maior que o açúcar;
  • Não fornece calorias;
  • Doçura de rápida percepção, sem sabor residual;
  • Não favorece a formação de cáries;
  • Estável em altas temperaturas;
  • Apresentação: em pó ou líquido, associado ou não a outros edulcorantes;
  • Uso industrial: bebidas, produtos lácteos, pudins, gelatinas, gomas de mascar, misturas para bolos, geléias, coberturas;
  • Consumo máx/dia: 5,0 mg/kg.

Observações:
Não é metabolizado, sendo eliminado tal como ingerida. Pode ser consumido por diabéticos.


Resolução RDC N0 18, de 24 de março de 2008

Dispõe sobre o "Regulamento Técnico que autoriza o uso de aditivos edulcorantes em alimentos, com seus respectivos limites máximos".

Além de informar os novos edulcorantes aprovados para a utilização em alimentos no Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publica uma lista completa com todos os edulcorantes, os limites de ingestão máxima e os alimentos permitidos para uso de cada substância.

http://www.nutritotal.com.br/diretrizes/files/129--RDCEdulcorantes.pdf
Fonte: www.nutritotal.com.br

Referência(s)

- Ciências Nutricionais, J. E. Dutra-de-Oliveira, J. Sérgio Marchini, SP, 1998;

- Nutrição Conceitos e Controvérsias, Sizer, Frances; Whitney, Eleanor, 2003, Edição 8 ;


- Bioquímica Ilustrada, Pamela C. Champe & Richard A. Harvey & Denise R. Ferrier, 2005;

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