quarta-feira, 1 de abril de 2009

De Acadêmico Para Acadêmico

A Bioquímica é uma das ciências mais fascinantes porque demonstra o ser vivo em seus componentes básicos e estuda o funcionamento ordenado das reações químicas que tornam possivel a vida de um organismo. Os processos básicos de digestão química, absorção e metabolismo dos nutrientes pelas células, são realizados por reações bioquímicas, o qual requer minuciosos estudos sobre como se processam tais fenômenos, que constituem o ato da Nutrição. Sim, vocês sabem que são horas, dias, meses e anos frente a livros de Bioquímica, Fisiologia Humana e Biologia Celular e Molecular (risos).

Nos últimos dias tive a oportunidade de finalizar a leitura de um livro chamado 'Bioquímica da Nutrição', escrito pela Engenheeira de Alimentos Jane Rizzo Palermo.


Trata-se de um livro pouco volumoso, porém com inforções úteis a estudantes de Nutrição sobre a bioquímica que engloba o sistema digestório e um pouco sobre alimentos. No entanto, vejam a seguinte citação extraída do livro:


"Vários processos envolvem a utilização da glicose no organismo [...] Gliconeogênese é a síntese de glicogênio a partir de ácidos graxos e proteínas. Glicogênse é a síntese de glicogênio a partir da glicose. Glicólise é a oxidação da glicose para produção de energia. Glicogenólise é o catabolismo de glicogênio para a síntese de glicose." Página 32

Bom, primeiramente Gliconeogênese ou Neoglicogênese ocorrem básicamente em estimulo da hipoglicemia, condição que pode ser causada pelo jejum ou atividade física prolongada. Quando um individuo ingere uma refeição rica em carboidratos logo seu sangue estará rico em glicose (Monossacarídeo absorvido a partir da hidrólise, ou seja, digestão dos di, tri e polissacarídeos) no qual a parte não utilizada para o metabolismo celular é armazenado.

A glicose NÃO UTILIZADA é armazenado no fígado e nos músculos sob a forma de GLICOGÊNIO, sendo uma fonte essecial de glicose pós-prandial. Em situações de hipoglicemia ou atividade muscular, o glicogênio hepático e muscular é oxidado pra liberar a glicose que o constitui. Porém, quando não há uma fonte glicídica para fornecer GLICOSE, o nosso espetacular organismo utiliza fontes não glicídicas para fabricar glicose, quais são essas fontes? Proteína e Ácidos Graxos a partir dos triglicerídeos armazenados.

Portanto, eis a minha discordância com relação a explicação utilizada por Jane Rizzo Palermo em seu livro, pois Gliconeogênse ou Neoglicogênse, é a síntese de GLICOSE (Forma imediata) de energia e não de GLICOGÊNIO (Forma armazenada).



Porém, não sei que fontes ela utilizou para organizar essa idéia, por isso novamente fui atrás dos livros de bioquímica e eles são bem claro:

"Das 11 reações necessárias para converter o piruvato em glicose livre, sete são reversíveis, catalisadas por enzimas glicolíticas [...] Na gliconeogênse, o equilibrio das sete reações reversíveis da glicólise é deslocado para favorecer a síntese de glicose como resultado da formação essencialmente irreversível de PEP, frutose-6-fosfato e glicose, catalisada pelas coenzimas gliconeogênicas. Nota: A estequiometria da glicogênse a partir do piruvato acopla a clivagem de seis ligações de fosfato de alta energia e a oxidação de dois NADHs com a formação de cada molécula de glicose [...] Bioquímica Ilustrada, 3 edição, 2006; Pamela C. Champe, Richard A. Harvey, Denise R. Ferrier; Editora Artmed

"A gliconeogênse transforma o piruvato em glicose. Os precussores não glicídicos da glicose são tranformados primeiro transformados em piruvato ou entram na via na forma de intermediários, tais como oxaloacetato e di-hidroxiacetona fosfato [...]" Bioquímica, 5ª edição, 2004; Jeremy M. Berg; Jhon L. Tymoczko; Lubert Stryer; Editora Guanabara Koogan S.A

"Quanro as reservas de carboidratos do organismo diminuem abaixo do normal, pode haver formação de quantidade moderada de glicose a partir de aminoácidos e do glicerol da gordura. Esse processo é denominado gliconeogênse." Tratado de Fisiologia Médica, 10ª Edição; Guyton & Hall

Sudações Nutricionais a todos!

2 comentários:

Márcio disse...

Foi isso que também aprendi e suas explicações bioquímicas comprova isso, inclusive as referências, valeu cara!

Adami Frutas® disse...

Estou seguindo o Blog !

Acesse e confira também: http://comamaisfruta.blogspot.com/

Grata,
Anna Clara Adami